CARTAS de AMOR de Grandes Homens. Para sussurrar ao ouvido.
“Querida Mulherzinha: … Peço-te que não estejas triste; que olhes pela saúde e tenhas cuidado com as aragens primaveris; não saias sozinha – de preferência não saias de todo; tenhas a certeza absoluta do meu amor; que a tua conduta seja cautelosa, não só para a tua honra e a minha, mas pelas aparências. Não te zangues por pedir isto. Devias amar-me ainda mais por dar valor à tua honra… Que coisas tens feito? Tenho uma curiosidade natural por todas estas coisas. (Wolfgang Amadeus Mozart, 1756-17919, para sua mulher Constanze Weber)
“Minha querida e amada Emma: Possa o deus das batalhas coroar os meus esforços com êxito! Em todo o caso tudo farei para que o meu nome seja sempre o mais querido para ti e nossa filha, a quem eu amo tanto como a minha própria vida; e como a minha última carta antes da batalha é para ti, espero em Deus que viva para a terminar depois dela.” (Lord Nelson, 1758-1805, para Lady Emma Hamilton, sua amante e mãe da sua filha)
“Anjo, acabo de saber que há correio todos os dias. Tem calma, ama-me – hoje – ontem. Que saudades em lágrimas por ti. Tu, a minha vida, meu tudo, até breve. Oh, ama-me sempre, nunca duvides do meu coração fidelíssimo. Do teu amado. (Ludwing Van Beethoven, 1770-1827, carta nunca enviada para a sua amada imortal, de identidade nunca determinada com toda a certeza)
“Deixei de vos amar e, pelo contrário odeio-vos. Sois horrenda, muito grosseira, muito estúpida, uma verdadeira Cinderela. Não me escreveis de todo, não amais o vosso marido. Conheceis o prazer que as vossas cartas lhe dão, e não lhe escreveis nem seis linhas, mesmo numa caligrafia descuidada. O que fazeis todo o dia, Madame? (…) Josephina, tem cuidado, uma destas noites as portas vão abrir-se e eu estarei aí. …. Escreve-me depressa quatro páginas, dizendo aquelas coisas ternas que enchem o meu coração de sentimento e prazer. Espero há muito estreitar-te nos meus braços e fazer chover sobre ti um milhão de beijos tão quentes como o equador.” (Napoleão Bonaparte , 1769-1821, para sua mulher Josephine)
“Oh, como gostaria de passar metade do dia ajoelhado aos teus pés, com a cabeça no teu regaço, sonhando belos sonhos, contando-te os meus pensamentos em langor, em enlevo, por vezes em silêncio, mas beijando o teu robe!... Ó minha bem amada Eva, luz dos meus dias, luz das minhas noites, minha esperança, minha adorada, minha inteiramente amada, minha única querida, quando te verei? (…) Um beijo, meu anjo da terra, um beijo saboreado lentamente, e boa noite! (Honoré de Balzac , 1799-1850, para a Condessa Ewelina Hanska, sua amante e mais tarde sua mulher)
“Minha gentil: Quem me dera ser uma ave: arrancaria uma pena às minhas asas e, voando ao céu, embebê-la-ia na tinta da aurora, naquela tinta vermelha com que os anjos escrevem cartinhas de namoro às estrelas… quem me dera escrever-te com uma pena assim, e com uma tinta igual – eu seria, pela primeira vez, anjo, e tu serias o que há muito és: estrela. (António Nobre, 1867-1900, a Cândida Ramos, de quem estava enamorado)
“Passaram seis anos desde que alcancei o meu maior êxito na vida ao conquistar-te. (…) és querida por mim todos os dias, ainda mais do que o último aniversário; és mais querida então mais do que um ano antes – tu és cada vez mais querida desde o primeiro aniversário, e não duvido que esta bela progressão continuará até ao fim. Olhemos para os futuros aniversários, com a idade e os cabelos grisalhos, sem medo e sem tristeza, confiando e acreditando que o amor que temos um pelo outro será suficiente para os tornar abençoados. (Mark Twain – Samuel Langhorne Clemens, 1835-1910, para Olívia Langdon, sua mulher)
“Minha querida Kitty: cheguei são e salvo, excepto pelo vazio do meu coração, que tu provocaste, como uma querida e encantadora desmazelada que és. (…) Estou sentado sozinho e solitário no meu quarto (dez da noite, depois do teatro) e daria um guinéu por uma carícia da tua mão.” (Laurence Sterne, 1713-1786, para Catheriine fourmantel, sua amante)
“Não vais acreditar na saudade que me possui. A razão principal é o meu amor e o facto de não me habituar a estarmos tão longe um do outro. (…) Os meus passos levam-me, verdade seja dita, ao teu quarto, mas não te encontrando aí, regresso de coração triste e desconsolado, qual amante rejeitado. Pensa tu o que tem sido a minha vida, quando só encontro o meu repouso na labuta, e o meu consolo no infortúnio e na angústia. Adeus.”(De Plínio, o Novo, 61 D.C. – 112 D.C, para Calpurnia, sua mulher)
“Minha adorada noiva: (…) São sempre difíceis de acabar as minhas cartas – porque não ouso escrever os finais como os sinto. J`ai peur de vous effaroucher. E depois da suaproud reserve assusta-me um pouco. E assim só digo que te adoro, meu querido amor.”(Eça de Queirós, 1845-1900, para Emília de Castro Pamplona, sua noiva e futura mulher)
“Meu querido Bebezinho: Não te admires de certo laconismo nas minhas cartas. As cartas são para as pessoas a quem não interessa mais falar: para essas escrevo de boa vontade. A minha mãe, por exemplo, nunca escrevi de boa vontade, exactamente porque gosto muito dela. Quero que sintas isto, que saibas que eu sinto e penso assim a este respeito, para não me achares seco, frio, indiferente. Eu não o sou, meu Bebezinho, minha almofadinha cor-de-rosa para pregar beijos (que grande disparate!) Mando um meiguinho chinês. E adeus até amanhã, meu anjo. Um quarteirão de milhares de beijos do teu, sempre teu. Fernando. (Fernando Pessoa, 1888-1935, para Ofélia Queiroz)
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