TEOREMA DE PITÁGORAS
Pitágoras estava com um problema e não conseguia resolver.
Além disso, não parava mais em casa.
A mulher dele, Enusa, aproveitava-se da situação e transava com os quatro cadetes do quartel ao lado.
Um dia, Pitágoras, cansado, voltou mais cedo para casa, pegou Enusa no flagra e matou os cinco, que faziam uma orgia.
Na hora de enterrar os safados, em consideração à esposa, dividiu o cemitério ao meio e de um lado a enterrou.
O outro lado dividiu em quatro partes e enterrou cada cadete num quadrado.
Subiu na montanha ao lado do cemitério para meditar e, olhando de cima para o cemitério, achou a solução do seu problema.
Era óbvio:
A soma dos quadrados dos cadetes era igual ao quadrado da Puta Enusa.
... PQP! Se tivessem me ensinado assim, eu nunca teria esquecido.
"Buscamos no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe" _______Rubem Alves
domingo, 30 de setembro de 2012
Origem do Teorema de Pitágoras......
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Amoreiras
rústicas, resistentes e... medicinais!
Por: Rose Aielo Blanco*
"Vou contar para o seu pai que você namora, Vou contar pra sua mãe que você me ignora,
Vou pintar a minha boca do vermelho da amora, Que nasce lá no quintal da casa onde você mora..."
Como bem descreve a música Amora,
de Renato Teixeira, até pouco tempo atrás era bastante
comum a presença de uma amoreira no quintal das casas.
Rústicas, resistentes e de fácil cultivo, eram a garantia
de frutos doces e deliciosos para alegria de crianças e adultos.
Com o passar do
tempo (e com o fim dos quintais), as amoreiras passaram a
ser vistas como plantas silvestres. Seus frutos, delicados e perecíveis,
não são capazes de sobreviver à aventura de sair do campo
e chegar aos supermercados e, assim, as amoras foram
gradualmente ficando na doce lembrança de quem tinha o
privilégio de degustá-las ali mesmo, ao lado da árvore.
Entretanto, com o
recente e crescente interesse pelas plantas medicinais, a amoreira
vem despertando a curiosidade e ganhando espaço na mídia pelas
suas propriedades que estão sendo comprovadas em estudos
científicos realizados em vários países.
As amoras
pertencem à família das Moráceas que abriga espécies bem variadas
e produzem frutos bem diferentes entre si. Nesta família, além
das amoras, encontramos os figos e até a jaca!
As espécies de amoreira mais cultivadas são Morus alba (amora-branca), Morus rubra (amora-vermelha) e Morus nigra (amora-preta) foto ao lado. Dentre essas espécies destaca-se a Morus alba,
conhecida também como amora branca. Trata-se de uma planta
perene, rústica, que se adapta com facilidade aos mais variados tipos
de solo, desde que não sejam alagadiços. O solo ideal deve
ser fértil, aerado e com pH em torno de 6,5. Suas raízes
são capazes de atingir boa profundidade, de forma que
alcançam água em camadas mais profundas, o que ajuda a
garantir hidratação mesmo na estação seca.
Dentre os diversos cultivares de Morus alba existentes no Brasil, destacam-se a variedade Miura e os híbridos FM 86 e Shima Miura,
cujas principais características são a precocidade
vegetativa, folhas de boa qualidade e o fato de apresentarem boa
propagação por estaquia. A variedade Miura (amora miura) é considerada uma das melhores variedades entre as cultivadas.
Além de apresentar alto teor de proteína, as folhas da amoreira branca (Morus alba L.)
são totalmente livres de toxicidade e ainda apresentam
propriedades capazes de diminuir o nível de glicose no
sangue, auxiliar a reduzir a hipertensão, são diuréticas e indicadas
popularmente para o tratamento do colesterol alto.
Por serem muito
nutritivas e apresentarem alto teor de proteína, as folhas
da amora branca são utilizadas como o único alimento do bicho-da-seda
da amoreira (Bombyx mori) em sua fase inicial de vida.
O assunto é bem
interessante, pois as amoreiras têm uma história muito
ligada à fabricação da seda. Tudo começa com uma lenda sobre a
descoberta da seda indicando que esta ocorreu por acaso,
quando uma imperatriz chinesa, por volta de 2.600 a.C.,
tomava seu chá embaixo de uma amoreira, nos arredores do
seu palácio: um casulo do bicho-da-seda teria caído dentro
da sua xícara de chá fervendo e ela percebeu que por estar
amolecido, o casulo poderia ser desenrolado, formando um fio.
Os chineses tiveram
exclusividade na fabricação da seda por cerca de 3 mil
anos. O governo chinês, ciente do valor comercial da seda,
proibia a exportação de ovos de mariposas e sementes de amoreiras,
chegando a condenar à morte os considerados traficantes.
Conta-se que os europeus só romperam este bloqueio quando
um imperador romano enviou espiões disfarçados de monges à
China, que conseguiram esconder alguns ovos de
bicho-da-seda dentro de bambus e os levaram para a Europa.
Aqui no Brasil,
embora as primeiras amoreiras tenham sido plantadas em
Minas Gerais, por ordem de dona Maria I, a Louca, mãe de D. João VI,
que reinou de 1777 a 1792, a produção de seda iniciou-se
efetivamente apenas no Segundo Reinado.
Deliciosamente medicinal
Morus rubra
Todas as espécies de
amoras são ricas em vitamina C e antocianinas - flavonóides
bioativos com poderosa ação antioxidante. A amora tem em sua
composição água (85%), proteínas, fibras, lipídios e
carboidratos, além de cálcio, fósforo, potássio, magnésio,
ferro, selênio e várias vitaminas. Isso tudo com baixo
valor calórico: são apenas 52 calorias em 100 g de fruta.
Na amoreira são
encontradas também substâncias como os fitoquímicos, ou
compostos secundários. Estas substâncias são produzidas naturalmente
pelas plantas para se protegerem do ataque de pragas e
doenças, além de ajudar a planta a se adaptar às condições
adversas do ambiente. Muitos destes fitoquímicos atuam na
prevenção e no combate de doenças como o câncer e as
doenças cardiovasculares.
Na medicina
natural, são relatadas outras propriedades da amoreira, como
o efeito emagrecedor; amenizador da tensão pré-menstrual e sintomas
da menopausa; efeito desintoxicante e antioxidante,
prevenindo contra a ação dos radicais livres. Além disso,
já são famosas suas propriedades como auxiliar em
problemas como diabetes, pressão alta e mau colesterol
elevado.
Todas as partes da planta - frutos, folhas, casca e raiz - são utilizadas na medicina popular:
* A infusão ou o
suco do fruto são usados em gargarejos e bochechos contra
aftas, amigdalite e dor-de-dente;
* A decocção da
casca e das raízes são indicadas contra problemas de
estômago, intestino e também como vermífugo;
* A infusão das folhas é considerada excelente diurético, além de agir contra a hipertensão. Também é usada em massagens no couro cabeludo para combater a queda de cabelos, sendo que este efeito pode ser potencializado com a ingestão do chá.
* O xarope é usado para combater a tosse e a irritação da garganta;
* O cataplasma preparado com as folhas é utilizado contra eczemas, erupções cutâneas;
* O banho preparado com o chá das folhas é considerado revigorante.
Dicas de cultivo
A amoreira teve
provável origem na China ou Índia. Pertence à família das
Moráceas e ao gênero Morus, que possui cerca de 950 espécies.
A temperatura ideal para o desenvolvimento da amoreira situa-se
entre 24 e 28 graus C. Temperaturas abaixo de 13 graus
podem prejudicar fortemente o desenvolvimento da planta. O
solo indicado deve possuir boa profundidade, alto teor de
matéria orgânica e textura média.
As mudas de
amoreira podem ser obtidas por sementes, estacas, enxertia
e mergulhia. A melhor época para o plantio da amoreira é o início
da primavera. Quanto à adubação, é recomendável a orgânica,
pois além de fornecer nutrientes à planta, ainda
proporciona a melhoria das propriedades físicas do solo e
facilita o desenvolvimento de microorganismos. Como
sugestão, pode-se aplicar uma mistura de esterco de curral curtido,
farinha de osso e torta de mamona.
Não é
recomendável fazer poda ou colheita antes de 6 meses a contar
do plantio, para que seja permitido que a planta desenvolva seu
sistema radicular e estabilize seu desenvolvimento. Além
disso, não é indicada a aplicação de inseticidas ou outros
produtos químicos, uma vez que a amoreira é uma planta
bem rústica e resistente.
Curiosidades sobre a amoreira
* Segundo Ornato
José da Silva, autor do livro Ervas e Raízes Africanas, a
amoreira branca é uma planta utilizada nos ritos africanos para
limpeza energética. Suas folhas teriam o poder de captar, a
partir do raiar do sol, toda a negatividade que é expelida
à noite, logo após este se pôr.
* O primeiro papel introduzido no Japão foi originário da Coréia e era feito de amoreira.
* As amoreiras
eram bem conhecidas pelas antigas civilizações. Eram
famosas em razão dos deliciosos frutos, pelo rápido crescimento e
também pela grande quantidade de folhas verdes que eram
consumidas pelos animais.
*Pesquisadores
da Universidade de Scranton, na Pensilvânia (EUA), constataram que
a ingestão de suco de amora, três vezes ao dia, pode aumentar
significativamente a taxa de colesterol bom no sangue,
reduzindo os riscos de doenças do coração.
* Na Europa do
século XVI, era costume utilizar tanto os frutos, como as
folhas e a casca da amoreira. O fruto era usado contra inflamações
e hemorragias; a casca contra as dores de dente e as folhas
para tratar picadas de cobras e como antídoto para o
envenenamento por acônito.
* A amoreira
branca é muito usada na China para tratar tosse, resfriados,
dores de cabeça, irritação da garganta e pressão alta. No conceito
chinês de Yin e Yang, a amora branca é usada para dissipar o
calor do canal do fígado, evitando irritação nos olhos,
elevando o estado de ânimo e refrescando o sangue. É,
portanto, considerada um tônico Yin.
* A amora em
alemão é chamada "maulbeerbaum"; em espanhol é "moral"; em
francês é "murier"; em italiano é "gelso" e em inglês
seu nome é "mulberry".
* Na mitologia
grego-romana a amoreira era dedicada à deusa Minerva/Athena.
Muito apreciada nos banquetes romanos, o uso da amora foi mencionado
por Ovídio, Horácio e Virgílio. Além disso,
foram encontradas representações da amoreira nas ruínas de
Pompéia.
*
Existe uma lenda que relata o surgimento das amoras
vermelha e negra a partir da amoreira branca. Segundo o
poeta Ovídio, dois jovens - Píramos e Tisbe - estavam
apaixonados, mas suas famílias, que eram inimigas, não
permitiam sua união. Um dia, eles decidiram fugir e
marcaram um encontro fora da cidade, embaixo de uma grande
amoreira branca. Tisbe chegou primeiro e avistou ali
perto uma leoa com a boca suja do sangue da caça que acabara
de comer. Apavorada, ela saiu correndo, deixando cair seu véu
que, dilacerado pela leoa, ficou sujo de sangue. Quando Píramos
chegou e encontrou o véu de Tisbe rasgado e marcado de
sangue, desesperou-se e, pensando que sua amada estava
morta, atravessou seu peito com a própria espada. Seu
sangue jorrou e atingiu a amoreira branca. Quando Tisbe
voltou e encontrou seu amado morto, pegou a espada e
também atingiu o próprio coração. Naquele momento, os
frutos da amoreira branca que foram atingidos pelo sangue
tornaram-se vermelhos - quase negros - dando origem às amoras
vermelha e negra. Por essa razão, acredita-se que o bicho-da-seda
só se alimenta da espécie Morus alba (amora branca)
porque esta ainda estaria purificada, sem a marca da tragédia
dos dois jovens amantes.
* Em tempos
antigos, as amoras eram usadas como maquiagem, com a função
de ruborizar a face, como um rouge, ou blush.
Retirado do Blog http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A45amora
* Rose Aielo Blanco é jornalista e editora do www.jardimdeflores.com.br
terça-feira, 25 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Eu estou só.
O gato está só.
As árvores estão sós.
Mas não o só da solidão: o só da solistência.
João Guimarães Rosa
O gato está só.
As árvores estão sós.
Mas não o só da solidão: o só da solistência.
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
domingo, 16 de setembro de 2012
"Tem gente que é Anjo. Fica passarinhando com as asas longas e claras. É fácil identificar um anjo: primeiro o sorriso – tá sempre estampado no rosto; depois a fé – não balança nem com terremoto; e também tem o abraço – Anjo abraça com o coração, não com os braços."
Michelle Trevisani
"Olha,
dizem que o sofrimento melhora as pessoas. Mas tenho as minhas dúvidas.
Acho que a felicidade nos melhora muito. Quando estamos bem, nos
tornamos mais generosos. E quando estamos mal, tendemos a ficar mais
encolhidos. Não gosto daquele conceito de que só o sofrimento enobrece,
não concordo com isso. A felicidade realmente nos melhora como seres
humanos. Ela é que nos enobrece."
Lya Luft
Lya Luft
"Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade."
Mario Quintana
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade."
Mario Quintana
sábado, 15 de setembro de 2012
Ausência física, ausência da voz e do cheiro, das risadas e
do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em
algumas fotos.
Martha Medeiros
A Velha Amiga
Conversávamos sobre saudade. E de repente me apercebi de que não tenho saudade de nada. Isso independente de qualquer recordação de felicidade ou de tristeza, de tempo mais feliz, menos feliz. Saudade de nada. Nem da infância querida, nem sequer das borboletas azuis, Casimiro.
Nem mesmo de quem morreu. De quem morreu sinto é falta, o prejuízo da perda, a ausência. A vontade da presença, mas não no passado, e sim presença atual.
Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora. Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
A vida é uma coisa que tem de passar, uma obrigação de que é preciso dar conta. Uma dívida que se vai pagando todos os meses, todos os dias. Parece loucura lamentar o tempo em que se devia muito mais.
Queria ter palavras boas, eficientes, para explicar como é isso de não ter saudades; fazer sentir que estou expirimindo um sentimento real, a humilde, a nua verdade. Você insinua a suspeita de que talvez seja isso uma atitude.
Meu Deus, acha-me capaz de atitudes, pensa que eu me rebaixaria a isso? Pois então eu lhe digo que essa capacidade de morrer de saudades, creio que ela só afeta a quem não cresceu direito; feito uma cobra que se sentisse melhor na pele antiga, não se acomodasse nunca à pele nova. Mas nós, como é que vamos ter saudades de um trapo velho que não nos cabe mais?
Fala que saudade é sensação de perda. Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo, emoções, corpo e alma. E gastar não é perder, é usar até consumir.
E não pense que estou a lhe sugerir tragédias. Tirando a média, não tive quinhão por demais pior que o dos outros. Houve muito pedaço duro, mas a vida é assim mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
Infância sem lágrimas, amada, protegida. Mocidade - mas a mocidade já é de si uma etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o que quer, ou quer demais.
Qual será, nesta vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos fazer confidências de exaltação, de embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é a quadra dramática por excelência, o período dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos desajustamentos trágicos. A idade dos suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo, dos grandes heroísmos. É o tempo em que a gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo tempo sente que sobra nesse mesmo mundo. A idade em que se descobre a solidão irremediável de todos os viventes. Em que se pesam os valores do mundo por uma balança emocional, com medidas baralhadas; um quilo às vezes vale menos do que um grama; e por essas medida, pode-se descobrir a diferença metafísica que há entre uma arroba de chumbo e uma arroba de plumas.
Não sei mesmo como, entre as inúmeras mentiras do mundo, se consegue manter essa mentira maior de todas: a suposta felicidade dos moços. Por mim, sempre tive pena deles, da sua angústia e do seu desamparo. Enquanto esta idade a que chegamos, você e eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera. E mesmo quando se exige muito, só se espera o possível. Se as surpresas são poucas, poucos também os desenganos.
A gente vai se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos. Ai, um um dos piores tormentos dos jovens é justamente o desapego das coisas, essa instabilidade do querer, a sede do que é novo, o tédio do possuído.
E depois há o capítulo da morte, sempre presente em todas as idades. Com a diferença de que a morte é a amante dos moços e a companheira dos velhos.
Para os jovens ela é abismo e paixão. Para nós, foi se tornando pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a ruga no rosto, a vista fraca, os achaques. Velha amiga que vem de viagem e de cada porto nos manda um postal, para indicar que já embarcou.
(Crônica publicada no jornal "O Estado de São Paulo" - 13/01/2001)
Rachel de Queiroz
Conversávamos sobre saudade. E de repente me apercebi de que não tenho saudade de nada. Isso independente de qualquer recordação de felicidade ou de tristeza, de tempo mais feliz, menos feliz. Saudade de nada. Nem da infância querida, nem sequer das borboletas azuis, Casimiro.
Nem mesmo de quem morreu. De quem morreu sinto é falta, o prejuízo da perda, a ausência. A vontade da presença, mas não no passado, e sim presença atual.
Saudade será isso? Queria tê-los aqui, agora. Voltar atrás? Acho que não, nem com eles.
A vida é uma coisa que tem de passar, uma obrigação de que é preciso dar conta. Uma dívida que se vai pagando todos os meses, todos os dias. Parece loucura lamentar o tempo em que se devia muito mais.
Queria ter palavras boas, eficientes, para explicar como é isso de não ter saudades; fazer sentir que estou expirimindo um sentimento real, a humilde, a nua verdade. Você insinua a suspeita de que talvez seja isso uma atitude.
Meu Deus, acha-me capaz de atitudes, pensa que eu me rebaixaria a isso? Pois então eu lhe digo que essa capacidade de morrer de saudades, creio que ela só afeta a quem não cresceu direito; feito uma cobra que se sentisse melhor na pele antiga, não se acomodasse nunca à pele nova. Mas nós, como é que vamos ter saudades de um trapo velho que não nos cabe mais?
Fala que saudade é sensação de perda. Pois é. E eu lhe digo que, pessoalmente, não sinto que perdi nada. Gastei, gastei tempo, emoções, corpo e alma. E gastar não é perder, é usar até consumir.
E não pense que estou a lhe sugerir tragédias. Tirando a média, não tive quinhão por demais pior que o dos outros. Houve muito pedaço duro, mas a vida é assim mesmo, a uns traz os seus golpes mais cedo e a outros mais tarde; no fim, iguala a todos.
Infância sem lágrimas, amada, protegida. Mocidade - mas a mocidade já é de si uma etapa infeliz. Coração inquieto que não sabe o que quer, ou quer demais.
Qual será, nesta vida, o jovem satisfeito? Um jovem pode nos fazer confidências de exaltação, de embriaguez; de felicidade, nunca. Mocidade é a quadra dramática por excelência, o período dos conflitos, dos ajustamentos penosos, dos desajustamentos trágicos. A idade dos suicídios, dos desenganos e, por isso mesmo, dos grandes heroísmos. É o tempo em que a gente quer ser dono do mundo - e ao mesmo tempo sente que sobra nesse mesmo mundo. A idade em que se descobre a solidão irremediável de todos os viventes. Em que se pesam os valores do mundo por uma balança emocional, com medidas baralhadas; um quilo às vezes vale menos do que um grama; e por essas medida, pode-se descobrir a diferença metafísica que há entre uma arroba de chumbo e uma arroba de plumas.
Não sei mesmo como, entre as inúmeras mentiras do mundo, se consegue manter essa mentira maior de todas: a suposta felicidade dos moços. Por mim, sempre tive pena deles, da sua angústia e do seu desamparo. Enquanto esta idade a que chegamos, você e eu, é o tempo da estabilidade e das batalhas ganhas. Já pouco se exige, já pouco se espera. E mesmo quando se exige muito, só se espera o possível. Se as surpresas são poucas, poucos também os desenganos.
A gente vai se aferrando a hábitos, a pessoas e objetos. Ai, um um dos piores tormentos dos jovens é justamente o desapego das coisas, essa instabilidade do querer, a sede do que é novo, o tédio do possuído.
E depois há o capítulo da morte, sempre presente em todas as idades. Com a diferença de que a morte é a amante dos moços e a companheira dos velhos.
Para os jovens ela é abismo e paixão. Para nós, foi se tornando pouco a pouco uma velha amiga, a se anunciar devagarinho: o cabelo branco, a preguiça, a ruga no rosto, a vista fraca, os achaques. Velha amiga que vem de viagem e de cada porto nos manda um postal, para indicar que já embarcou.
(Crônica publicada no jornal "O Estado de São Paulo" - 13/01/2001)
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Hoje, refletindo sobre o efeito do nada, sobre o porra nenhuma, me dei conta de que o Brasil é o único país do mundo que foi:
a) governado por um alcoólatra que instituiu uma lei seca;
b) um semi-analfabeto que assinou uma reforma ortográfica; c) Um semi-analfabeto que tem um filho formado em porra nenhuma, mas que é o gênio das finanças;
d) Um semi-analfabeto que recebeu o título de doutor honoris causa de 5 Universidades brasileiras;
e) Um semi-analfabeto que cobra US$ 20.000,00 por palestra (sobre qualquer assunto, a escolher) no exterior;
d) que teve a cara de pau de pedir a Deus para dar INTELIGÊNCIA a Barack Obama, que é formado em Harvard. 2) Considerando o acima exposto e depois de muito refletir, EU TINHA QUE MUDAR DE LADO. -Resolvi ficar ao lado de Lula. Que me desculpem os meus amigos e, por favor, não me critiquem, nem mandem e-mails indignados. Antes, reflitam melhor sobre a situação atual. Tenho certeza que também ficarão ao lado do Lula ... -Afinal, se eu ficar atrás... ele me caga e se eu ficar na frente... ele me fode. Portanto, a melhor opção é ficar ao lado dele. ENQUANTO ISSO, ESPERO E SONHO QUE TUDO VOLTE AO NORMAL. 3) Será o dia em que: ARRUDA será uma simples plantinha pra espantar mal olhado; GENUÍNO será algo verdadeiro; GENRO apenas o marido da filha; SEVERINO apenas o porteiro do prédio; FREUD voltará a ser só o criador da Psicanálise; LORENZETTI será só uma marca de chuveiro; GREENHALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;
CACHOEIRA será apenas um lindo acidente geográfico criado pela natureza;
CABRAL será apenas um longínquo e antigo navegador português que descobriu o Brasil;
MARCONI será apenas um genial cientista;
DEMÓSTENES será apenas um filósofo e brilhante orador grego;
Dirceu, Palloci, Delúbio,
Silvio Pereira, Berzoini, Gedimar, Luiz Paulo Cunha,Valdebran, Bargas,
Expedito Veloso, Gushiken, Renan, etc, serão
simples... presidiários. E LULA APENAS UM FRUTO DO MAR! 4) Quando olho meu título de eleitor velhinho, coitado, sempre usado desde longos anos e vejo o Lula aliado ao Collor, na defesa da vida ilibada dos Sarneys e, pasmem, pedindo votos junto com o Malluf, concluo que agora entendo o verdadeiro significado do nome 'ZONA ELEITORAL' escrito nele!!"
5) E esse meu título eleitoral, eu juro que vou rasgá-lo,
para nunca mais votar em ninguém,se essa corja de corruptos do
mensalão, foremconsiderados inocentes e não terem que devolver o
dinheiro subtraído com os golpes,alegados de caixa 2 de campanha do PT.
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terça-feira, 11 de setembro de 2012
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