quarta-feira, 15 de junho de 2011

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgdEvgC4RSJUuX1XXDYioA6xTH1ixw-FDaXWvostNvCJCwGph_B1Rtc2yXPTxUUsof5DF6whwDo969zN4IEQ-PffRF_2iQFP5DO-MazXAq2QA9E3Gwu2h_bSTLweoY29NEyjbBtwlLOxw0/s1600/encanto.jpg
chora onde outros xingam;
quer, onde outros cansam;
espera, de onde já não vem;
sonha, entre realistas;
concretiza, entre sonhadores;
fala de leite em reunião de bêbados;
cria, onde o hábito rotiniza;
perde horas em coisas que só ele sabe importantes;
diz sempre na hora de calar;
cala sempre nas horas erradas;
fala de amor no meio da guerra;
deixa o adversário fazer o gol
porque gosta mais de jogar que de ganhar;
aprendeu a superar o riso,
o deboche,
o escárnio
e a consciência dolorosa de que a média é má
porque é igual;
vê mais longe do que o consenso;
sente antes dos demais começarem a perceber;
se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham.'


Artur da Távola

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